VTex Day: Bündchen, do interior do Brasil ao status global

 VTex Day: Bündchen, do interior do Brasil ao status global

Gisele Bündchen durante palestra no VTex Day. (Reprodução: VTex)

Regido pelo presidente e cofundador da plataforma, Mariano Gomide, o ponto alto do primeiro dia de VTex Day foi um papo com Gisele Bündchen. A supermodelo brasileira relembrou os desafios de sair da pequena cidade de Horizontina, no interior do Rio Grande do Sul, para se tornar modelo em São Paulo. 

Bündchen revisitou momentos marcantes de sua carreira, como seus desfiles mais famosos e a cerimônia de abertura das olimpíadas de 2016. Ainda, comentou sobre a glamourização de drogas no mundo da moda. 

Foi um choque de realidade”, afirma ao recordar sua chegada na capital paulista. Emancipada aos 14 anos, revela que viajou com cinquenta reais, entregues por seu pai para que chegasse ao apartamento onde ficaria com outras modelos. Porém, quando desceu na estação próxima ao Hospital das Clínicas percebeu que sua mochila estava aberta e não havia sinal de sua carteira. 

Desesperada, sentou em cima de sua mala e começou a chorar. Em certo momento, uma senhora ficou com pena da garota e, após ouvir sua história, lhe deu uns trocados para usar um orelhão. Só então conseguiu seguir seu destino, caminhando. “Daí eu percebi que não podia ser tão ingênua assim, esse foi o meu welcomeà São Paulo”, completou em tom divertido.

A dificuldade de conseguir trabalhos era notória, mas não demorou para que a gaúcha embarcasse para o Japão. Diferente do que se imagina, ir para o outro lado do mundo não era sinal de sucesso, muito menos de glamour. Na época, as jovens modelos eram mandadas para cidades japonesas por ser mais barato mantê-las no país. 

Bündchen se viu sozinha em um lugar que não conhecia no auge do “heroin chic”, tendência popularizada no início da década de 1990 que tinha como característica traços associados ao uso de drogas como a heroína. Pele pálida, olheiras, extrema magreza e um alto grau de melancolia faziam parte do “dress code” problemático. 

Foi a primeira vez que a então adolescente viu a realidade das drogas no mundo da moda. A mesma começou a fumar aos 17, a fim de se enturmar, pois quem não acompanhava era deixado de lado. 

Basicamente, dos 19 aos 23 anos eu trabalhava 360 dias por ano. Eu tinha férias de 4 dias no natal pra ver minha família, o resto eu trabalhava”, recorda. Para manter a rotina agitada, Bündchen tomava muito café e, em decorrência da cafeína, não conseguia dormir. Foi então que passou a tomar garrafas de vinho todas as noites para pegar no sono. 

O resultado? O vício em álcool, cafeína e nicotina desencadeou um quadro de ansiedade. Sofria ataques de pânico recorrentes, até que, enfim, buscou ajuda médica. A supermodelo também relembrou a emoção de desfilar na abertura das olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, e descreveu o nervosismo do momento, com as pernas bambas, recordou em tom divertido.

Já no finalzinho do bate-papo, Bündchen falou sobre o fundo Luz Alliance, parceria entre Luz Foundation e BrazilFoundation. A iniciativa foi criada em 2020 pela filantropa para fornecer ajuda humanitária às famílias que sofreram com os impactos gerados pela pandemia de Covid-19. 

Somos ordinários, mas todos nós podemos ser extraordinários” reiterou antes de se despedir, em referência ao recorrente tema apresentado pela VTex sobre feitos extraordinários de “pessoas comuns”.

Michelle Morais

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